terça-feira, 22 de novembro de 2011

Entrevista Juca- 2010


Entrevista com o organizador dos Jogos Universitários de Comunicação e Artes- JUCA, em 2010.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Tem certas coisas que eu não sei dizer...

Sabe quando a felicidade toma proporsões inevitáveis? É como um êxtase de efeito longo, que cega as pessoas por tempo indeterminado, e que as domina de uma tal forma, como se nada e nem ninguém fosse traze-las novamente para a realidade. Como diria a Sra. Lispector "Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito." E talvez acreditemos realmente que isso nunca vai acabar, que será pra sempre, "sem saber, que o pra sempre, sempre acaba."
Mas chega um certo dia, em que ela cansa de te dopar, e te derruba no chão, como uma jaca podre que cai do pé, como um raio que te acorda de madrugada. E te faz pensar, te faz não querer ver ninguém, nem falar com ninguém, e te faz ter vontade de sumir. Sumir, pra um lugar desconhecido com pessoas desconhecidas, onde as pessoas não te cobrem tanto, e procurem compreender a sua revolta, um lugar onde tudo é justo pra todos, tudo é igual. "Onde possamos voltar a viver como à dez anos atrás, e que a cada hora que passa, possamos não envelhecer dez semanas."
Este lugar é um desejo, e só. "Do resto não sei dizer". Acordei com a impressão que "este ano o verão acabou, cedo demais."

terça-feira, 6 de outubro de 2009

...

Não tenho dinheiro pra pagar a minha ioga
Não tenho dinheiro pra bancar a minha droga
Eu não tenho renda pra descolar a merenda
Cansei de ser duro vou botar minh'alma à venda.
Eu não tenho grana pra sair com o meu broto
Eu não compro roupa por isso que eu ando roto
Nada vem de graça nem o pão nem a cachaça
Quero ser caçador ando cansado de ser caça!

domingo, 23 de agosto de 2009

E você, já descobriu quem é de verdade?

Eu ainda não. E aceito sugestões. Alguém poderia me explicar porque as pessoas cobram os talentos extras das outras? Por que é preciso ser bom em algo, interferindo ou não na profissão que escolhi. Será que não posso querer ser boa somente na carreira em que sigo, a de jornalista? Pra que preciso me aprofundar e ser a melhor, a especialista, pra poder falar disso, daquilo. Não posso apenas conhecer um pouco de tudo?

Eis a história desde o início, o trauma da infância: Não, eu nunca soube ser boa em nada. Já tentei de tudo, mas os únicos cursos que consegui terminar foram os de computação.
Eu nunca soube nadar direito, gostava mesmo era do passeio de bicicleta até a academia. Quando a bicicleta quebrou, minha vida acabou. Tentei basquete também, mas eu era baixinha, magrela e fracote, grande ajuda ao time. Já fiz pintura em tecidos, nada que tenha me revelado algum talento ou me tornado uma desenhista melhor. Aliás, não sou desenhista, muito menos me tornei melhor. Eu já fiz parte do coral da escola, e também da fanfarra. Posso dizer que sei batucar e cantar em falsete, isso ajuda? Acho que não muito, e posso dizer que não me tornei muito diferente do que eu era. Com certeza, a lista do que eu não sei fazer, é imensamente maior do que os meus interesses durante a vida.
Eu nunca quis dançar ballet, sapatear e nem participar de peças infantis de teatro. Não sei desenhar rostos, nem pés, nem mãos, nem a Maria Rita... nem sei fazer a menina mais esquisita da minha sala parecer a Fiona em uma caricatura. Eu não sei dirigir (ainda) e não gosto de ler anatomia humana. EU NÃO SEI TOCAR VIOLÃO!!! Nem guitarra,violino, flauta-doce, gaita, instrumento algum! Não tenho noção de notas, acordes, canções. Eu não sei lutar jiu jtsu, jamais conseguiria quebrar o braço de alguém, muito menos me defender sozinha. Não sei escrever textos apaixonados, lindamente. Eu não sei fazer mágicas e nem jogar truco. Não sei ser atriz, modelo, cantora, compositora, dançarina. Não sei fazer a primeira voz! Nunca conseguiria participar de uma banda, nem dedilhar o piano e nem fazer música. Nunca fiz capoeira, nem dancei tango, não sou expert em filmes, mas gosto de vê-los, tirar minhas próprias conclusões, sem ter de esperar os créditos pra isso. Não sei cozinhar, e nem me interessar por mulheres, não sei gostar de carne e nem cantar Raul Seixas. Não sei falar japonês, francês, aramaico e nem latim. Enfim, eu não sei nada. Eu não sou nada. E não sei se já posso me orgulhar disso. O que me conforta é saber que há muita vida pela frente. Mas, será que algum dia eu terei algum talento pra qualquer coisa que seja?
Bom, eu entendo inglês parcialmente. Era a minha distração na infância, passar horas lendo o dicionário inglês/ português. Eu sei ouvir músicas boas, gostar de coisas boas, de livros bons, e de coisas antigas. Eu sei pegar DP no primeiro semestre por frequencia. Eu sei fabricar pedras no próprio rim esquerdo, e sei emagrecer como ninguém. Sei malhar e fazer ginástica, e gosto de correr, apesar do porte físico. Eu sei jogar poker, mas não sou boa, confesso. Eu sei fazer amigos e também me desfazer deles com certa facilidade, isso é bom, não é? Enfim, eu acho que sei o suficiente pra tentar fazer o que gosto e o que realmente quero pra mim, que é escrever. Não preciso ser inteiramente interessante em algo, para ser respeitada. Eu sei amar, e ser feliz sendo assim, e isso basta.




*Não vou citar nomes nesta dedicatória, mas com certeza as pessoas mais próximas vão se identificar ao encontrarem seus talentos em meu texto. É, de uma certa forma, uma homenagem, e uma invejinha, bem pequena de vocês.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Tudo na vida, é sorte?


Certa vez alguém me disse: -Tudo nessa vida é questão de sorte! E se refletirmos, podemos perceber a sorte em detalhes quase invisíveis da nossa história. O fato de nascermos é o primeiro destes detalhes; quantos espermatozóides poderiam ter fecundado antes que o nosso, e justamente aquele fez a diferença naquele primeiro sopro de vida. Parece engraçado analisar. Soa como loucura, mas se pararmos novamente, o fato de termos nascido de nossa mãe, e não de outra, nesta família, e não em outra, faz com que sejamos pessoas de sorte na vida, ou não. Este fato é determinante.
Poderíamos ter nascido daquela outra mãe, mais atenciosa, daquela mais rica, da mais pobre, da que não ia querer nem te olhar quando nascesse, da que ia te maltratar, da que ia ser sua melhor amiga, da mãe fútil, da depressiva, da ciumenta, porém, você nasceu da sua mãe, e atualmente, se puder tê-la conhecido, já será considerada uma pessoa de sorte. Aliás, se você tiver um teto, um prato de comida e um cobertor, você realmente é uma pessoa sortuda, pois isso pertence somente a 70% da população mundial. Os outros 30% são desabrigados, sem emprego, estrutura, abalados por enchentes, terremotos, ciclones, tremores ou por vícios, moradores de rua, migrantes em busca de estabilidade na vida, e várias outras situações inimagináveis para nós, os sortudos.
Estudo então, é luxo. Se tratando de Brasil, mesmo com tanto desenvolvimento tecnológico e educacional, o país tem um dos piores índices de analfabetismo da América Latina, ou seja, 10% da população (14,1 milhões de pessoas) nunca tiveram a sensação de entender o conjunto de letras do alfabeto! Seria eu, uma pessoa com mais sorte do que estas pessoas? Poderíamos medir o nível de sorte de cada um? Estaria a sorte aliada à oportunidade? Sempre. A partir do momento em que a sorte deixa de ditar as coisas, a oportunidade faz toda diferença. Cabe a todos mudar sua sorte, seu destino, e se tivermos ajuda da oportunidade (por pura sorte, ou não), o dever aqui se torna conquistar as coisas que sonha, e se livrar da sorte em certos aspectos.
Ela poderia não ter passado no vestibular, mas teve sorte ao escrever aquela redação, e conseguir entrar na segunda chamada. Ele poderia ter ficado em casa, estudando, porém decidiu que jogaria e novamente, a sorte estava ali quando ganhou aquele prêmio. Eles poderiam não ter se conhecido nunca, pois ela não estava a fim de sair de casa naquele dia. Mas a sorte, sim, ela está nos fatos invisíveis, nos momentos certos, e pode sim ditar o destino das pessoas. Afinal, não dá pra acreditar na sorte, sem acreditar no destino. São como ditadores aliados, que influenciam nas coisas boas ou ruins da vida.

E você se considera uma pessoa com sorte?*

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Te devoro!

Não sei ao certo quando isso surgiu em mim. É mais do que saudade, do querer estar por perto, é algo que me completa e faz querer ir além de um simples momento com a pessoa que mais me deixa feliz. Talvez eu esteja tentando explicar um desses sentimentos inclássificáveis e intensos, porém me sinto como se o que estivesse querendo dizer não coubesse nas linhas, nas palavras, em mim mesma. É especial demais, se tratando de VOCÊ!

A algum tempo eu venho tentando descrever algo que determine esse meu sentimento (tentando escrever esse post, na verdade) e simplesmente por não conseguir pensar em algo mais especial do que a data do décimo segundo dia vinte que nós nos conhecemos, o 'nosso aniversário', resolvi comentar sobre o ano que se passou. Não que sejamos apegados as datas, muitas vezes nem nos lembramos delas, mas esse dia marca em nossas vidas um ano diferente de todos os já vividos, das igualdades às diferenças, da felicidade às brigas, da amizade à confiança, tudo está atentamente guardado. De tudo meu amor, serei atento. Cada minuto, cada troca de olhares, cada gesto, cada frase, nenhum momento será esquecido, nem um beijo sequer.


De início foi a simpatia, essa mesma que me conquista todos os dias. Talvez isso e suas bobeiras, bem parecidas com as minhas tenham sido o suficiente pra tentarmos ficar juntos. E até agora, conseguirmos, diga-se de passagem, apesar de nem tudo sempre ter dado certo, como está acontecendo hoje.
Eu só quero dizer que a nossa fase está sendo indiscutivelmente a mais feliz, de todas. Mais maduros, porém não menos sorridentes, um pouco menos romanticos, porém nada que um olhar e um beijo não digam tudo que precisamos dizer. E é por essa sua paz que jamais vou te esquecer, é isso que eu amo em você, e é isso que espero e vou lembrar por toda vida! Que isso seja em nós, eternamente eterno, enquanto durar em mente e coração.
Hoje eu tenho a certeza de que dizer um eu te amo jamais decifraria esse sentimento tão complexo, que me completa tanto, e que soa tão forte, mas que não pode deixar de ser dito, quando é verdadeiro.


-Teu olhar não me diz exato quem tu és,

mesmo assim eu te devoro ♪

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

• O vencedor ♫

E depois de uma noite de sábado regada a álcool e certa diversão (ambos moderadamente, pois o horário e a responsabilidade não me permitiam extravasar os limites); eis que a manhã de domingo não me trazia apenas a ressaca do dia anterior, mas sim a ansiedade, a curiosidade e também um certo friozinho na barriga devido à expectativa de como seria esse meu dia dezesseis de novembro.


Saímos (eu, irmã, mamãe) não tão cedo daqui. O destino era Campinas. O motivo, meu "primeiro" vestibular (na verdade não é o primeiro, mas o primeiro importante, manja?). Eu tava indo fazer a prova da Unicamp na Puc, o curso escolhido era comunicação social/ midialogia* , e eu realmente não estava preocupada em passar, pois sabia/sei que isso não aconteceria/acontecerá tão fácil. Na verdade eu fui mesmo pra sentir o clima (não pra cortá-lo) e talvez me dedicar mais pro ano que vem (2009-o ano que eu nem vou existir de tanto estudar) porque aí sim, as coisas vão ser pra valer.


Mas mesmo com toda essa mistura de sentimentos, a ressaca me dominou a ponto de eu ir dormindo até lá. E eu que sou tão fraca pra viagens/passeios/bancos imobiliários não tive tempo nem de passar mal! E logo lá estava: no condô da Mááaaáaá, que logo foi nos receber na portaria. E eu acho que realmente algumas coisas acontecem em momentos inoportunos, mas bastam pra gente (principalmente a gente) captar e rir muito disso, pra sempre. Pois é, tava passando um trio elétrico com alguns evangélicos/crentes em cima gritando loucamente e louvando ao Senhor, bem na hora da nossa chegada e a família toda lá querendo conversar e aqueles gritos loucos... Tá nem foi tão engraçado, mas foi o suficiente pra gente rir a vida toda.

E a bonetenha da vovó, que me recebeu com um "oi nega feia" que eu não considerei, virou a protagonista do nosso super almoço, onde a família curtiu junta a sessão fotos dessa figura na praia. Depois rolou também sessão trocas de roupa, sessão garrafinhas de academias socorrenses e um pouco de internet. Sementes de Aguaí curam imediatamente dores de cabeça e qualquer outro desequilíbrio energético (O Aguaí emite vibrações que podem ser captadas pelos processos radiestésicos), segundo a tia Geca. Enfim, depois de muito papo o almoço saiu: eu e a Má comemos primeiro, afinal, somos as vestibulandas.

Antes de sairmos eu e a Má ganhamos da tia Geca um presente-amuleto, uma concha benzida direto de Santos, que segundo ela nos traria sorte. E mesmo sem acreditar em amuletos de sorte já a algum tempo, eu segurei essa concha até começar a fazer a prova. Sei lá, era como se alguém ainda acreditasse em mim e na minha capacidade, da qual nem mesmo eu acreditava mais.

Na despedida, eu e Má estávamos muito sossegadas (de boa na lagoa). E logo a Má, que eu não mais veria neste dia, partiu pra Puc, ali mesmo perto da sua casa com a Ari (quem?), enquanto eu partia na companhia do tio e da Márcia pro outro lado do mundo, na outra Puc. E enquanto o CD player do carro tocava o disco acústico dos titãs, a minha ansiedade disfarçada me fazia cantar as faixas como se precisasse descontar em alguma coisa essa minha tensão; e enquanto os minutos passavam eu olhava aquela concha em minhas mãos e me perguntava, porque eu estou fazendo isso? Na verdade estou sem entender até agora. Acho que é como se eu quisesse medir a minha capacidade e mudar a direção do meu futuro, nem que para isso eu tenha que sofrer inicialmente, a minha intenção é aprimorar meu conhecimento, que não é e nem seria suficiente.


Depois de muito tempo (eu digo muito tempo mesmo), eu estava próxima ao lugar onde eu iria fazer a tal prova. Caracaa, tinha muitaaaaa genteee! Um amontoado de carros num trânsito literalmente infernal e um calor de transpirar parado, além daquele monte de nerds dos carros ao lado lendo livros dez minutos antes da prova como se fosse adiantar. Tudo isso, além de me apavorar um pouco mais, me fazia esbarrar nessa angustiante realidade do vestibular: a concorrência que seleciona somente os melhores e mais dedicados. Na vida, tudo é assim, e eu já deveria estar acostumada, porém tenho o péssimo hábito de empurrar as coisas com a barriga e nem sempre sou feliz com isso.

E nisso de esperar o trânsito e cantar titãs, resolvemos descer e caminhar, já que era o que todos que ainda queriam realizar a prova fizeram. E entre uma concha na mão e uma brisa na cara, meu celular ainda ligado, emite o som da mensagem mais estimulante do dia: um "Boa sorte, te amo!" que com certeza fez toda a diferença!♥

Já na Pontifícia Universidade Católica (eu me surpreendi com o tamanho daquela escolaa! :O) demorou pra eu achar a classe... Mas no fim tudo deu certo, lá estava eu, no último andar do oitavo H da Puc I. E o nervosismo aumentou, e a tensão se intensificou, e enfim, a prova chegou: Tava babaaaa, já passei! UHASHUHUASHUSAUHSAUHASU!! Mancada. Quando olhei aquilo, tive a triste impressão de ser a pessoa mais despreparada do mundo, sem exagero.







A redação até que estava ligeiramente fácil (não que ela vá ser corrigida), o tema (animais que são usados como cobaias em laboratórios de pesquisa) era bem polêmico e não foi tão difícil expressar meu ponto de vista, afinal, pedir para uma vegetariana defender os animais é como pedir para um pássaro sair voando! (como sou boba...olha essa comparação). Já a prova dissertativa, foi um horror, depois fiquei até com vergonha das respostas, mas eu ainda acho que o que vale é a intenção!

Enfim, o sonho/pesadelo acabou com uma rodada de caldo-de-cana bancada pela vó (êeêêe) e sem a Má (triste, bem triste). :/



Nesse dia dezesseis, eu tive a imensa certeza de que quem não tenta, não luta, nada consegue. Seus desejos nunca vão te atingir quando você estiver andando na rua e nem vão cair no seu quintal... Por mais que para você as coisas sejam fáceis, sempre iremos querer aquilo que não podemos ter de imediato; é típica do ser humano essa vontade de querer vencer desafios, por mais que ele já tenha 'tudo'. E eu não estou me referindo apenas à matéria... quem nunca teve aquela paixonite mais que desejada, ou então aquela amizade, aquela prova que você precisa se sair bem, aquela conversa, aquela atenção de uma certa pessoa especial, coisas que o dinheiro nunca comprará. Pois são estes, os desejos mais simples, os mais difíceis de se realizarem. E este meu desejo de passar no vestibular, vai se realizar no futuro (espero que não tão distante) , porque o verdadeiro vencedor, não é aquele que vence, mas sim aquele que nunca desiste!
(ps: e eu não vou desistir de você tão cedo unicamp!!!)


♪ Eu que já não sou assim, muito de ganhaaar
Junto às mãos ao meu redor;
Faço o melhor, que sou capaz, só pra viver em paaaazz! ♪







Midialogia* : As mídias contemporâneas são estudadas em seus enunciados, formados historicamente, percebendo o diálogo entre elas, suas convergências possíveis e efetivas, suas divergências, sem esquecer das singularidades de cada uma.