segunda-feira, 29 de junho de 2009

Tudo na vida, é sorte?


Certa vez alguém me disse: -Tudo nessa vida é questão de sorte! E se refletirmos, podemos perceber a sorte em detalhes quase invisíveis da nossa história. O fato de nascermos é o primeiro destes detalhes; quantos espermatozóides poderiam ter fecundado antes que o nosso, e justamente aquele fez a diferença naquele primeiro sopro de vida. Parece engraçado analisar. Soa como loucura, mas se pararmos novamente, o fato de termos nascido de nossa mãe, e não de outra, nesta família, e não em outra, faz com que sejamos pessoas de sorte na vida, ou não. Este fato é determinante.
Poderíamos ter nascido daquela outra mãe, mais atenciosa, daquela mais rica, da mais pobre, da que não ia querer nem te olhar quando nascesse, da que ia te maltratar, da que ia ser sua melhor amiga, da mãe fútil, da depressiva, da ciumenta, porém, você nasceu da sua mãe, e atualmente, se puder tê-la conhecido, já será considerada uma pessoa de sorte. Aliás, se você tiver um teto, um prato de comida e um cobertor, você realmente é uma pessoa sortuda, pois isso pertence somente a 70% da população mundial. Os outros 30% são desabrigados, sem emprego, estrutura, abalados por enchentes, terremotos, ciclones, tremores ou por vícios, moradores de rua, migrantes em busca de estabilidade na vida, e várias outras situações inimagináveis para nós, os sortudos.
Estudo então, é luxo. Se tratando de Brasil, mesmo com tanto desenvolvimento tecnológico e educacional, o país tem um dos piores índices de analfabetismo da América Latina, ou seja, 10% da população (14,1 milhões de pessoas) nunca tiveram a sensação de entender o conjunto de letras do alfabeto! Seria eu, uma pessoa com mais sorte do que estas pessoas? Poderíamos medir o nível de sorte de cada um? Estaria a sorte aliada à oportunidade? Sempre. A partir do momento em que a sorte deixa de ditar as coisas, a oportunidade faz toda diferença. Cabe a todos mudar sua sorte, seu destino, e se tivermos ajuda da oportunidade (por pura sorte, ou não), o dever aqui se torna conquistar as coisas que sonha, e se livrar da sorte em certos aspectos.
Ela poderia não ter passado no vestibular, mas teve sorte ao escrever aquela redação, e conseguir entrar na segunda chamada. Ele poderia ter ficado em casa, estudando, porém decidiu que jogaria e novamente, a sorte estava ali quando ganhou aquele prêmio. Eles poderiam não ter se conhecido nunca, pois ela não estava a fim de sair de casa naquele dia. Mas a sorte, sim, ela está nos fatos invisíveis, nos momentos certos, e pode sim ditar o destino das pessoas. Afinal, não dá pra acreditar na sorte, sem acreditar no destino. São como ditadores aliados, que influenciam nas coisas boas ou ruins da vida.

E você se considera uma pessoa com sorte?*