quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Tem certas coisas que eu não sei dizer...

Sabe quando a felicidade toma proporsões inevitáveis? É como um êxtase de efeito longo, que cega as pessoas por tempo indeterminado, e que as domina de uma tal forma, como se nada e nem ninguém fosse traze-las novamente para a realidade. Como diria a Sra. Lispector "Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito." E talvez acreditemos realmente que isso nunca vai acabar, que será pra sempre, "sem saber, que o pra sempre, sempre acaba."
Mas chega um certo dia, em que ela cansa de te dopar, e te derruba no chão, como uma jaca podre que cai do pé, como um raio que te acorda de madrugada. E te faz pensar, te faz não querer ver ninguém, nem falar com ninguém, e te faz ter vontade de sumir. Sumir, pra um lugar desconhecido com pessoas desconhecidas, onde as pessoas não te cobrem tanto, e procurem compreender a sua revolta, um lugar onde tudo é justo pra todos, tudo é igual. "Onde possamos voltar a viver como à dez anos atrás, e que a cada hora que passa, possamos não envelhecer dez semanas."
Este lugar é um desejo, e só. "Do resto não sei dizer". Acordei com a impressão que "este ano o verão acabou, cedo demais."